sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O Meio - Parte I


Aquela despedida do verão de 2006 marcara sem sombra de dúvida mais uma nova etapa a minha vida. Quando te deixei para trás naquele dia, em Lagos, consegui perceber imediatamente isso… Não era normal uma rapariga como eu deixar-se remexer tanto com um simples e inocente “adeus”, nem tão pouco passar uma tarde inteirinha como a que passei no dia 16 de Julho, desconsolada e arrebatadoramente fragilizada.
Quando me afastei lentamente no carro acenando na tua direcção, lembro-me de ter olhado para o teu sorriso, para os teus olhos… Já estavas demasiado longe para poder voltar atrás mas ainda assim o suficientemente perto do meu coração para perceber como aquela imagem nos destroçou a alma e quebrou o nosso coração, partindo-o em mil pedacinhos e congelando no tempo aquele momento. Eu sabia que, tal como eu, também estavas a fazer um esforço inimaginável para não destruir aquele que seria o nosso último momento, aquela que seria a última imagem com que ficaríamos do nosso verão. Foi por isso mesmo que mostrei forte e esbocei ainda assim o maior sorriso que consegui ao ver-te afastar. Sorria por fora, mas vocês não imaginam o eco que o meu choro provocava por dentro…
A tua imagem passou a ser uma figura estremecida ao longe, e a única coisa que me ocorreu instantaneamente mal virei costas foi libertar a lágrima que escondi durante aquele minuto no cantinho do olho. Se as certezas me faltaram durante aquela semana então foi na despedida que eu encontrei a prova indubitável de que tanto careci durante a tua presença. Eu tinha deixado para trás o homem da minha vida, essa era a minha única e grande certeza.
A viagem que se seguiu até Lisboa foi mais uma prova daquilo que eu me esforcei relutantemente por esconder naqueles dias. Cingindo-me à pequena viatura de cinco lugares aquela foi talvez a viagem mais difícil com a qual tive de lidar. Sentia ardor, o chão a estremecer, o meu mundo a desabar… Tudo porque não te conseguia tirar da cabeça. Acho que naqueles 300 km’s senti-me no fundo tudo menos uma pessoa normal. E, nas mais profundas entranhas do meu ser, não seria para mais…
Tentei sacudir os meus pensamentos, enxotá-los e empacotá-los para o sítio de onde vieram. Mas era impossível… Eu não tinha mais forças nem vontade para pensar em mais nada senão em ti.
Por entre os longos cabelos castanhos que me cobriam o rosto, queimados pelo sol, foi então que chorei desalmadamente ao som das baladas que tocavam na playlist do meu mp3… Aquelas letras empanturraram o meu coração de renúncia, fizeram transbordar todo o sangue que nele corria. A única coisa que eu já mais queria era provocar um acidente no meio daquele monte de alcatrão e colidir direitinha em direcção em ti. Um choque frontal que me fizesse ver quão estúpida fui quando te deixei escapar por entre as mãos naquele momento. O quão estúpida fui quando me resignei ao ver-te partir em vez de ter saído do carro e correr de volta para os teus braços. O quão estúpida fui por ter duvidado alguma vez daquilo que criámos um dia. Mas o que é que eu poderia fazer mais?... A minha escolha estava tomada, a minha sentença lançada. Já não me restava mais nada senão a prisão do meu quarto e uma semana repleta de frustração e arrependimento. Oh!... Se ao menos a vida me tivesse voltado a dar uma nova oportunidade… Perdoa-me “André”. Perdoa-me por tudo isso.
Depois daqueles 300 km’s de alcatrão e paisagens verdejantes à mistura, bati finalmente à porta do º18. Sabem aquela sensação reconfortante de voltar a pisar o tapete de entrada de nossa casa? Sentir o aroma de canto e de cada divisão?... Aquele simples gesto de largar malas, estender-se na cama e soltar um suspiro ao mesmo tempo que murmuramos para nós mesmos secretamente um “Lar, doce lar”?... Tantas boas sensações e nem uma delas se encontrava lá. Por mais estranho que parecesse senti-me como se aquele não tivesse sido nunca o meu ninho, o meu porto de abrigo. Talvez porque, mais estranho que possa parecer ainda, não era a mesma menina que atracava naquele porto agora. Não. Aquela já não era nem seria nunca mais a menina que aquela casa viu crescer, a menina que aquela casa viu transformar-se e passar aquela mulherzinha que começara a sentir finalmente os sabores e dissabores da paixão.
A vida muda… As circunstâncias são umas das responsáveis por isso… E no meu caso, tenho a dizer, mas que grandes circunstâncias! Não sei se foram elas as mesmas responsáveis por fazer tocar o meu telemóvel na noite do dia 16 de Julho, mas se assim foi, então muito obrigada “circunstâncias”!
Aquele telefonema tinha como remetente o motivo da minha vida ter mudado, e a pessoa em que todas/os vocês devem estar a pensar neste momento. Era ele…o grande amor da minha vida.
Quando vi o teu nome no ecrã quase que cheguei a acreditar que estava à beira de um ataque de nervos. As borboletas agitaram-se tanto dentro do meu estômago que acho que, por momentos, devo ter subido lá bem alto às montanhas de algodão doce, divinas e triunfantes, e me afundado no meio delas. Porém, foi a tua imagem iluminada lá em cima que me fez voltar a pôr os pés cá em baixo e descer rapidamente à realidade. Quase que em reacção imediata premi a tecla verde do meu Sony Ericsson da altura. A tua chamada era sem dúvida algo que eu “temia” mas que não queria, não podia perder por nada deste mundo.
- Olá – ouviu-se do outro lado da linha.
- Olá André – respondi eu, derretida com aquela tua “pronúncia de azeiteiro”, como tu lhe costumavas chamar.
- Eu sei que provavelmente não devia estar a ligar a estas horas, mas… A verdade é que eu já não podia mais sem ouvir a tua voz. Como é que estás?
“Perguntaste-me como é que estou”, pensei eu… Como é que querias que eu te respondesse a essa pergunta depois daquilo que decidiste perguntar-me primeiro? Tinhas deixado o meu coração aos pulos de alegria, excitação, conforto… Sei lá eu. Um misto de coisas que me deixaram incapaz de raciocinar.
- Também já tinha saudades de ouvir a tua – deixei escapar por entre os lábios semicerrados.
“Oh meu deus… Só podes estar maluquinha da cabeça!”, gritei para mim mesma. Nem podia acreditar que a Inês, a miss timidez do ano, havia soltado a chama num simples telefonema. “Mas e agora?”, pensei…”Talvez não tivesse dito isto”. É claro que a resposta para o meu nervoso miudinho surgiu logo de seguida…
- Sabe tão bem ouvir isso. Hoje foi o pior dia mesmo… Senti a tua falta, sentimos todos. Mas acredita que bastou o que disseste agora para já ter ganho o dia.
- Talvez devesse ficar calada, mas tenho que te dizer isto, porque me sinto completamente ridícula. Passei a viagem para cá, a tarde e acho que também vou ter uma longa noite a chorar. Mas porquê? – Perguntei, não na esperança que ele acertasse no meu “porquê”, mas sim na esperança que ele me confessasse o seu. A resposta já eu a tinha por baixo da língua prontinha para a soltar, mas o que eu queria mesmo saber era se tu estavas a pensar no mesmo que eu. Porque no fundo eu sabia que sim, mas eram das tuas palavras que eu mais precisava para me consolar, para me fazer agarrar o sonho e sentir o frenesim de felicidade que é ser correspondida do mesmo modo, da mesma simples e peculiar maneira.
- Oh Inês… Há tanta coisa que eu gostava de te dizer neste momento. És linda, e nesta semana eu…eu…
- André? – Chamei, na esperança em que ainda te mantivesses do outro lado da linha. A tua voz começara a desmoronar-se lentamente, ao fundo, e tudo o que eu já mais queria era que acabasses de dizer aquilo que começaste. Deixavas-me com o coração nas mãos… Era injusto que tivesse de carregar tal peso durante horas negras a fim. “Por favor”, pensei, “por favor, acaba o que disseste”. Era como se tivesses desligado momentaneamente a minha vida da máquina e eu precisasse rapidamente de uma investida para a recuperar. “Investe, fala por favor”.
- Tô? Inês? – Ressoou incertamente ao meu ouvido, a tua ternura de pronúncia.
- André? Estas aí?
- Sim Inês. Desculpa. Parece que o Telmo ficou invejoso por o estar a trocar por ti.
“Aiii”, suspirei. Não conseguia deixar de sorrir… Acho que se não parasse ia ficar com os músculos doridos de tanta felicidade junta.
- Bem, o que eu queria dizer era que tenho a resposta para o teu porquê. Só não vou poder dar-ta agora. Mereces que o diga com todo o tempo do mundo.
- Se tu o achas… Quem sou eu para não dizer que não?... – O sorriso deu asas a um brilho forte no olhar.
- Olha, vamos dar um mergulho à praia, e vamos nus. Amanha falamos, pode ser? Dorme bem. Beijinhos – foram as tuas últimas palavras naquela noite de 16 de Julho.
Na verdade, não sabia se havia de rir, se havia de chorar. Parecia que ainda não era hoje que eu iria ter realmente a certeza, embora eu já a tivesse…
- Adeus, André. Dá beijinhos a todos. Dorme bem – foram também as últimas palavras que consegui vomitar, por assim dizer. Afinal de contas, o que é que haveria para dizer mais depois de uma “boa noite” desejada?

Perguntam-se… A duração da chamada? Cinco minutos. A intensidade dos batimentos do coração? Três por segundo. As certezas? 99%. As incertezas? Aquela suficientemente grande com que me deixaste. O meu relatório estava feito. Tudo o que eu precisava era da tua assinatura para colocá-lo dentro de um envelope e direccioná-lo direitinho para o mundo da fantasia ou, melhor dizendo, para o mundo dos sonhos concretizados, aquele mundo longínquo e para o qual eu parecia finalmente ter arranjado o meu passaporte de entrada.
Pois de 1% ou 99%, sendo eu do agrupamento dos bichos de sete cabeças e teoremas de estontear, a verdade, essa, é que eu não vos consigo dizer se tive a sorte de me calhar 1 em 99 de hipóteses possíveis ou 99% nos meus quase 100% de certezas. As probabilidades são-nos muito úteis, mas de facto, em questões de amor, não é de contas de subtrair nem de multiplicar que é feito o resultado final. E não sendo uma barra a matemática, de todo, acho que aquele fora talvez o exercício mais acertado de todos. Probabilidade de sair ‘n’ elementos em ‘p’ experiências, ou não probabilidade (seja lá o que isso quer dizer) a verdade é que tu me havias acabado de enviar o passaporte de uma vida, o passaporte de um sonho que eu sonhava agora nunca mais terminar.

“AMO-TE”. “Amo-te”, pensei… Tu acabaras de me dar aquilo que eu mais precisava, aquilo que eu mais desejava para recuperar a minha respiração, a minha noite de sono profundo. “AMO-TE”, essa foi a tua ultima mensagem daquela noite, o meu derradeiro bilhete de embarque para a terra do nunca. Ou deverei dizer, “do sempre”?... Pois sabem que mais? Que se dane a probabilidade, o Teorema de Fermat e os problemas de trigonometria… As incertezas haviam sumido todas. A única certeza que eu já tinha era a tua, era ter-te a ti.
Aproximei o telemóvel do meu peito, aconchegando-te bem junto do meu coração. Já de olhos semicerrados emiti aquilo que a noite de 16 de Julho testemunhou…
- Amo-te, André – soltei dos lábios adormecidos.
Aquele foi o meu check-in. Aquela foi a minha primeira viagem até à lua… Aquele, foi o primeiro caminho que percorri verdadeiramente até ti. “Amo-te, André”…assim adormeci.

domingo, 13 de setembro de 2009

O começo - Parte II


Por entre as persianas de madeira, velhas e gastas, o primeiro raio de sol veio interromper a minha noite de sono profundo. Pela primeira vez na vida acordava a sentir algo de novo e incerto dentro de mim. Algo que gritava deliberadamente por brotar… Algo que balbuciava no toque extremamente delicado por sair. Pela primeira vez na vida eu sentia-me confusa por dentro e nua por fora. Tinha acabado de ter uma noite repleta de pensamentos impuros e, agora que havia despertado, não sabia se o “tu existires” era certo, nem tão pouco se me deveria sentir culpada por isso.
Ainda coberta pelos lençóis com cheirinho a lavanda, foi então que olhei para o meu lado direito vislumbrando o telemóvel que tremia impacientemente, como que um louco a meio de um colapso. Lembro-me de sentir um repentino calafrio a correr-me na espinha, mas rapidamente percebi o porquê. No ecrã podia-se ler a olhos abertos “mensagem recebia de ***** Leitão”.
Oh meu Deus! Eu nem queria acreditar. Afinal o meu sonho não era pura ficção. Não. Tu existias de verdade, eras real e acabavas agora mesmo de me mandar uma mensagem. Nunca pensei vir a dizer isto mas, naquele momento, posso garantir-te que tive um autêntico ataque de histeria, digno de uma pita no seu puro estado de adolescência. O meu índice racional naquele momento era tão baixo que acredita… Senti-me a miúda mais ridícula à face da terra ao perceber que a excitação me fizera cair redondinha em direcção ao chão. Sim, podes dizê-lo… Totalmente ridícula. Mas sabes que mais? Não me importo que o digas. Ao menos eu tinha uma desculpa sincera e credível pronta a usar. Caso não te lembres, eu AINDA era a menina virgem de 13 anos, integralmente pura e secretamente tentada pela perdição. Mas claro, com certeza não te lembras. Afinal, eramos apenas dois jovens…cegos e deixados levar pela sede descabida da paixão. Quem nos poderia condenar por isso?...
Sabes… É realmente impressionante ver como grandes histórias como a nossa têm princípios tão pequenos e surpreendentes como estes: o poder extasiante de um olhar, a arte arrebatadora de uma conversa, a sensação reconfortante de uma simples e peculiar mensagem. Quem diria…
Naquela semana que se seguiu, deixa-me que te diga, eu não sabia mesmo se o mais indicado não seria escrever uma carta à família e aos amigos a relatar o meu desaparecimento do mundo. Eu não estava ali! Para mim aquilo não devia passar de um sonho, de um filme, ficção…sei lá! Não podem existir de facto palavras para descrever a intensidade com que eu vivi cada momento único daqueles seis dias. Não pode haver. Não podem.
Meu Deus, se vocês pudessem ver a minha figura neste momento … Acho que se iriam rir para não chorar. E mais… Acho ainda que se iriam perguntar decerto o porquê. O porquê desta torrente de lágrimas que me corre lentamente em direcção ao peito, apunhalando-o. “Porquê?”, pergunto agora eu. Porque é que choro desesperadamente se esta não é ou não foi aquela história de amor pela qual toda nós, um dia, tivemos a esperança de passar? A história de amor que observámos no grande ecrã enquanto segurámos o lenço de papel nas mãos para acudir os olhos que não podiam aguentar de tão secos que se encontravam na altura? Eu até vos tentava explicar, mas sabem… É incrivelmente difícil arranjar uma explicação suficientemente transparente para um sofrimento assim como este. Principalmente quando se trata de algo que, supostamente, deveria esboçar em nós o maior sorriso do mundo.
Agora que penso, talvez seja mesmo essa a explicação mais óbvia. Sim, acho que a acabo de encontrar. Vocês riem para não chorarem e eu choro, para que não me permita a mim mesma rir. Não. Não sou nenhuma masoquista como vocês estão a pensar. Não é isso. A resposta está na única diferença que existe entre nós. E a diferença, perguntam-se vocês, é esta: vocês riem-se porque através das palavras conseguem projectar-se para o mundo dos sonhos. Fecham os olhos e transportam-se por um momento para o papel principal da história, vivendo e saboreando por uma vez na vida um amor com o vosso príncipe encantado. Agora eu… Eu já não me posso dar a esse luxo. E sabem porquê? Porque isso tiraria todo o sentido a esta dor que carrego em mim. Porque isso levaria para longe o principal motivo de eu estar aqui hoje a escrever. Se me risse como vocês, isso significaria que eu ainda me estaria a projectar num sonho. Mas a verdade é que eu já o vivi! E por isso mesmo é que choro. Choro porque sei que não o voltarei a viver nunca mais. Choro porque já perdi a esperança de voltar a idealizar um sonho desses outra vez. Choro…porque sei que a única coisa que me resta para amar são as recordações. Se um dia conseguirem concretizar esse sonho, então aí acreditem… Vocês vão ser finalmente capazes de me compreender.

TU. Tu, meu amor, foste capaz de fazer estremecer o meu mundo e virar a minha vida completamente de pernas para o ar. Tu, tu e somente tu foste o culpado de me ter apaixonado por uma alma que pertencia ao desconhecido e de me ter acorrentado para sempre a ela. E sim, tu… Tu foste o único e grande cúmplice deste crime onde compactuámos tu eu, juntos, num só. Criminosos, sim, é aquilo que nós somos. E a nossa pena, essa!...não poderia ser mais pesada. Eu pago todos os dias por esse crime que cometemos no verão de 2006 e, acredita, as correntes das lembranças são cada vez mais difíceis de suportar. Todos os dias, sem excepção, eu pago a minha pena e recordo-me daqueles seis dias em que te conheci. Aqueles seis miseráveis dias em que me perdi loucamente com a esperança de me deixar encontrarem. E as coisas que eu senti! Meu Deus… Tu não tens mesmo noção da gravidade daquilo que criámos, pois não?
Foi numa semana. Numa semana apenas que foste capaz de criar em mim sentimentos que eu julgava adormecidos. Sentimentos cuja existência eu esperei meticulosamente durante semanas, meses, até mesmo anos para poder sentir o prazer de os saborear pela primeira vez. Fizeste de mim a tua tela e nela tomaste a liberdade de pintar os sentimentos que eu mais temia: A paixão. O ciúme. A culpa. A saudade. Mas e agora? De que me serve ter a paixão, se o artista que a pintou não esta comigo para cair nos seus braços e deixar-me abraçar? De que me serve ter o ciúme, se já não tenho as tuas palavras para me consolar? De que me serve ter a saudade, se sei que já não vou poder voltar a correr para os teus braços para as matar? De que me serve ter a culpa, se a única coisa que eu tinha para me culpar já não a tenho?
Lembranças meu amor. Lembranças, parece que foi tudo aquilo que foste capaz de me deixar. Pois ouve agora isto… Tens coragem suficiente para relembrar? À três anos atrás eu tive a oportunidade de viver a maior emboscada da minha vida. À três anos atrás eu fui apanhada nas redes daquilo a que se pode chamar “amor à primeira vista”. E sim, à três anos atrás eu vivi aquilo a que eu vou poder chamar eternamente de “o verão da minha vida”. Podia-te culpar por tudo isso, mas sabes… Em vez disso acho que te prefiro agradecer.
Obrigada do fundo do meu coração. Se não tivesses aparecido naquele dia na minha vida, eu não saberia nunca o verdadeiro significado da palavra “amar”. Obrigada por me teres feito rir. Obrigada por me teres feito chorar. Por me teres feito crescer, mudar e acreditar que, na vida, tudo é possível. Sabes, contigo eu aprendi uma grande lição. Não interessa a quantidade nem a forma como o fazemos. Não interessa os obstáculos que se coloquem nem as desilusões que é capaz de provocar. Para amar basta viver, basta acreditar. Se não acreditam em mais nada neste mundo então acreditem nisto… Quem nunca amou verdadeiramente então é porque nunca viveu de verdade.
Por tudo isto, OBRIGADA. Graças a ti e graças àquele verão eu vou poder levar sempre na mente a lembrança de como um dia eu fui feliz. É graças a ti que eu me vou poder lembrar sempre das noites em que pegávamos na guitarra e cantávamos todos juntos espalhando a melodia ao vento. Graças a ti, vou-me lembrar do papel importante que tive ao tentar comunicar inglês dentro do mundo alemão. Graças a ti, vou poder recordar o ciúme que senti ao ver outras desconhecidas caídas aos teus pés. Graças a ti, vou lembrar-me da maneira como me tocaste e me trataste sempre de forma especial. A maneira como fizeste troça de mim e ainda a maneira como fizeste questão de esperar pelo meu “parabéns” para que pudesses ir deitar. A maneira como te ressentiste na noite em que eu fugi por perceber que te ias declarar. A maneira peculiar como tiraste a tua camisola a meio daquele jogo de futebol e me fizeste petrificar, de olhos abertos pousados em ti. Se este era o teu grande objectivo de vida então parabéns, concretizaste-o. Eu nunca, mas nunca me vou conseguir esquecer daquele verão que eu vivi um dia. E sabes do que é que eu não me vou esquecer nunca mesmo? Da despedida…
Em seis dias não nos declarámos, não nos beijamos…”não” nada. Mas sabes, nem foi preciso. Porque ao final daqueles seis soberbos dias eu saía dali pelo menos com duas certezas no bolso: que aquela era a minha derradeira paixão e que tu… Tu eras o homem da minha vida.

Mas nem eu sonhava com o rumo que a nossa história iria tomar. Muito menos com a partida que o destino fez promessas de nos pegar.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O começo - parte I


“Deixa-me escrever o princípio, o meio e o fim desta nossa história de amor”. Ainda te lembras do que pedi? Pois eu prometi-me a mim mesma que o faria. Cedo de mais ou tarde o suficiente? Na verdade, não consigo responder a essa pergunta. Mas digo-te sim que estou aqui hoje para escrever aquilo que, na minha cabeça, já devia ter começado há muito tempo. Não imaginas o quão pesada é esta corrente que carrego atada em mim… São três anos amor. Três anos de espera, três anos de distância, três anos de amores e desamores. Três anos de sofrimento, três anos de surpresas, três anos de pura paixão. Três anos que nunca se esquecem… Aliás, como poderia eu os esquecer?
Mas deixa-me começar pelo início… O dia em que a minha vida mudou subitamente para dar asas a esta fantasia estonteante. O dia em que a minha vida se tornou numa luta constante para conseguir atingir a mais pequena e precisa proeza que era respirar uma lufada de ar fresco.
Foi numa linda noite de Julho. Uma brisa quente pairava sobre o campo de relva verdejante, com um aroma que denunciava ter sido acabada de cortar. As estrelas penduradas sobre os panos azulados, de um tom forte. A lua cheia, amarelada e repleta de vaidade. Aquele parecia de facto ser o cenário perfeito. Lagos, assim se chamava a linda cidade onde tive a felicidade, ou infelicidade (já nem sei) de te conhecer. Consegues recordar já um pouco?
Lembro-me de ter terminado o jantar e ouvir uma campainha que parecia soar impaciente. Eu estava a acabar de finalizar aquilo a que eu chamo habitualmente “os últimos retoques” e, por isso, a minha mãe não teve mesmo outra alternativa se não mesmo ir ver quem era.
- A Inês? Diga-lhe para ela descer. Estamos todos à espera dela. – ouviu-se do outro lado da linha.
- Ela desce já – respondeu a Sra. Idalina expectante como toda a boa mãe que sente de repente a sua filha a despertar e a sair do pequeno casulo.
A voz do outro lado era o Anderson, o rapazinho de 12 anos, brasileiro e cabelo aloirado que residia já há três anos no complexo turístico “Iberlagos”. Era como que a minha mais recente adquirição “amizade de verão”, e eu sentia-me de facto contente por ter tido a oportunidade para conhecer aquele ser. Era uma pessoa simples mas que tinha a capacidade de irradiar uma alegria extrema. Talvez por essa mesma característica ainda o tenha hoje tão presente na minha mente. Bem, mas não é sobre o Anderson que se trata este texto. De quem eu quero falar és tu.
Desci apressadamente pelas escadas ao fundo do corredor, ainda na esperança que iria chegar a horas àquele encontro. Na verdade, não haviam concretamente horas marcadas, mas aquele encontro era uma surpresa para todos nós. Até as vizinhas alemãs não quiseram perder pitada do acontecimento… Os tão falados “vizinhos do Telmo” haviam chegado! E agora que falo nele, o Telmo foi apenas o princípio para tudo... E tenho de lhe agradecer profundamente por ter aparecido na minha vida. Sem ele nunca teria conseguido chegar a ti.
A espera pelos vistos tinha sido mais que muita e mal sai do edifício A fui abordada pelo “brasileirinho”.
- Onde istáva você? Tava tudo tji esperando! Vai pra’ lá, pra’ junto deles! - disse-me em tom de despacho.
É claro que o despacho se devia à linda alemã, Sophie, sob a qual ele pendia o braço e da qual pretendia tentar a sorte e tirar um pouco mais do que apenas amizade. Foi então que os nervos se começaram a apoderar de mim. A verdade é que sempre fui uma pessoa muito tímida e, apesar de já conhecer o Telmo, o conhecimento acerca dos seus vizinhos era-me escasso. O meu coração desatou subitamente a emitir batidas frenéticas, cada vez mais rápidas e cada vez num espaço mais curto. Parecia que ia explodir de tantas borboletas que tinha no estômago. Porém, uma enorme luz vinda do nada ofuscou-me de tal forma que toda a possibilidade que tinha de contemplar os rostos desconhecidos fora por água abaixo. Neste caso, pela luz abaixo. Mas foi essa mesma luz que desencadeou em mim uma sucessão de passos até vos encontrar. Parecia a caminhada mais longa da minha vida. E para isso talvez eu até tivesse uma explicação mais que racional…emocional. Tenho de confessar que para mim, Verão sem conhecer pessoas novas não é propriamente o meu sinónimo desta estação. Sobretudo se dentro dessas pessoas novas não houver um possível candidato ao trono de “amigo especial”. Sempre adorei aquele jogo de conquistar e ser conquistada, admito. De uma forma tímida, mas que não impedia que esse fosse considerado o meu passatempo eleito desta época do ano.
Bem, prosseguindo… A verdade é que eu achei muita piada ao Telmo desde o momento em que o conheci, mas a nossa relação não passava de algo maternal. Havia sem dúvida um sentimento protector que eu tinha criado e que nos unia mais que nunca. Ele era sem dúvida o candidato mais indicado, mas sim ao trono de “um grande amigo”. Mas eu precisava de mais. Precisava de me sentir desejada. E de uma certa forma, foi a excessiva expectativa em redor dos vizinhos que acabou por tornar o meu processo digestivo o mais rápido de sempre.
A luz começou a desvanecer enternecedoramente e os meus olhos prenderam-se aos teus. Ainda me consigo lembrar das vossas posições… Todos sentados de pernas à chinês… O Telmo do meu lado esquerdo, o André mesmo na minha frente e, do meu lado direito, lá estavas tu. Inclinei-me em direcção ao chão para cumprimentar o Telmo e o André, mas quando chegou a tua vez tu surpreendeste-me com esse teu cavalheirismo. Foste o único capaz de se levantar perante a presença de uma figura feminina. Naquele momento juro-te que tinha a certeza que tudo parou. Parámos nós, o brasileirinho, as risadas, os pássaros, as folhas, o mar… O tempo parou para nós e nós parámos completamente no tempo. Não te consigo descrever a sensação que tive na altura… Senti que o meu desejo tinha sido cumprido e ao mesmo tempo asfixiada pela forma como os teus olhos se encaixaram nos meus. Acredita que naquele momento morri quando me apercebi da nitidez com que eu consegui vislumbrar os meus sentimentos por ti. Num só olhar foste capaz de deitar abaixo metade do meu jogo de sedução e prender-me a ti com o desejo de nunca mais me soltar. Aquilo foi sem dúvida o meu primeiro grande amor, e sem dúvida à primeira vista.
- Inês, estes são o André e o Leitão (deixa-me tratar pelo apelido). – foi a única coisa que eu passei a ouvir lentamente ressoar dentro do meu ouvido, como se tivesse acabado de acordar de um sono profundo. E eu queria era verdadeiramente nunca mais acordar. Um “olá” tímido e um sorriso totalmente rasgado, foram as primeiras coisas de muitas que recebi de ti.
Já saída do meu estado de “anestesia” lembro-me de ter perguntado pela Nani, a menina linda de cabelos loiros e olhos azuis, para fazer companhia à minha pequenita.
- Ela não está. Ficou no apartamento. Mas anda, eu vou buscá-la contigo. – consegui notar logo aí um sotaque que me arrebatou o coração. E eu, derretida e inocentemente perdida, não pude de nenhum modo recusar.
Pelo caminho as perguntas foram as esperadas e as necessárias para quebrar o silêncio. “Que idade tens? És de onde?”… As tuas respostas: dezassete anos, Póvoa do Varzim. Póvoa do Varzim? Acho que naquele momento nem eu me apercebera que aquela terra ditava um obstáculo para mim, para ti, para nós. Para mim, essa terra estava tão distante naquele momento quanto eu do mundo real. Foi tudo tão perfeito, tudo tão estranhamente enquadrado... De repente…
- Inês, vem para casa. Amanhã levantamo-nos cedo. – chamou a Sra. Idalina.E lá tive eu que colocar os pés em terra mais uma vez.
Nem me pude sequer despedir, dar-te um beijo de boa-noite. Eu tinha acabado de ficar loucamente apaixonada por um estranho, e a única coisa que eu queria naquele momento era entregar-me aos lençóis e esperar que o amanhã chegasse. Assim eu saberia que não tinha nunca idealizado aquele sonho.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Inspiration

Tinha que pôr esta música aqui, nem que fosse pelo simples motivo de ela me servir de inspiração. Sempre que escrevo, é nela que me entrego. É qualquer coisa de superior :)

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Silêncio, consegues ouvir-me?



A noite corria veloz lá fora. A lua, fixando-se no meio do palco estrelado, parecia agora reflectir majestosamente toda a sua luz pelos telhados de Lisboa.
Olho em redor. Tento encontrar outra inspiração que não esta que carrego na mente, mas a única coisa que consigo encontrar lá fora é o silêncio da noite. E o silêncio da noite era apenas tudo aquilo que eu não queria encontrar, pois quando existe silêncio, quando consigo escutar este vazio profundo que guardo em mim...a única coisa, a única coisa que eu consigo recordar és tu.
É no silêncio... É no silêncio que oiço sempre o eco da tua voz. É no silêncio que eu consigo rever sempre o brilho do teu olhar. E sim, é ainda no silêncio que eu recordo sempre tudo aquilo que nós costumávamos ser um dia. Mas agora que penso... Esta ausência de vozes... Só pode ser ironia. Pura, dura e crua ironia. E queres saber o porquê? Porque pode até ser no silêncio que me ocorrem lembranças tuas, mas será sempre ainda na triste realidade do meu bloco de folhas pautadas A4 que as palavras sobre ti não pararam de germinar. E sim, vão ser elas que, um dia, me ajudarão a quebrar este silêncio que carrego atado em mim.
Recuso-me. Recuso-me silêncio! Sabes bem que a minha vontade era gritar para ti e passar a enunciar tudo aquilo que gostava de ter dito sobre aquele que ambos bem conhecemos, aquele cujo nome não posso, não quero pronunciar. Essa sim era a minha vontade. Gritar, gritar e gritar... Quebrar-te a ti, silêncio, em mil e um pedacinhos para que não tivesse de recordar nunca mais "aquele". Mas tu, tal como eu, sabemos que tu, silêncio...tu não tens culpa. E mais... Eu e tu sabemos melhor que ninguém que ele não merece. Não merecias tu, não merecia eu e não merecia ninguém. É por isso que me recuso a quebrar esse silêncio. Não é o silêncio que tem de partir, agora percebo. Não. És tu, as tuas memórias e tudo aquilo que trouxeste contigo que precisam de encontrar rapidamente uma saída. Não me interessa o que tenhas de fazer para o conseguir, se sofrerás ou não com isso… Eu apenas sei que quero encontrar a saída do teu amor. Quero encontrar o grande cofre onde possa fechar este meu coração, trancar a sua porta a sete chaves e esperar… Esperar que, bem escondidinho, ele se esqueça de quem foste e de tudo aquilo que mudaste na minha vida. Esperar que, assim, ele encontre rapidamente uma nova saída. Neste caso, uma nova oportunidade, uns novos olhos para poder ver aquilo que a minha cegueira por ti não me permitiu.
Preciso esquecer-te. Preciso ser feliz. Não entendes? Talvez esta seja uma realidade demasiado dura para entenderes, mas deixa… Eu já nem peço que compreendas. Não te dês a esse trabalho. Eu ao menos consigo entender este silêncio e ele também consegue entender a dor que causa em mim.
Deixa-me entregar-te às linhas, ao papel, ao meu bloco de folhas pautadas A4. Deixa-me escrever o princípio, meio e fim desta nossa história de amor.
Ainda não entendes? É tudo o que eu te peço… Eu só quero ser feliz.



sexta-feira, 7 de agosto de 2009

O palco da minha vida

Em cima da mesa-de-cabeceira de madeira, o pequeno écran azul do telemóvel parecia indicar o começo de uma noite quente e longa. Por cima dos lençóis de cetim, o cenário estava montado. A caneta segura por entre os delicados dedos, agora adormecidos; o caderno aberto sob a almofada. Linhas ainda frescas acabadas de tintar por cada sílaba pronunciada naquele coração.
Chegava agora a hora. Aquele corpo ali adormecido já nada podia fazer para combater o vazio que o preenchia. Lentamente, os seus pequenos olhos castanhos já semicerrados deixaram-se vencer. Duas lágrimas se soltaram e, uma por uma, percorreram em fúria a face daquela rapariga que jazia ali adormecida. Nada nem ninguém se poderia demonstrar indiferente àquela imagem… Era de facto doloroso ver a tristeza com que aquele rosto o reflectia. Nem a luz da lua, nem mesmo o vento que soprava ansiosamente sussurrando aos ouvidos das folhas verdes de Verão… Nada poderia deter o que ali se iria passar.
Todo aquele sofrimento delineado em cada traço da sua expressão, toda aquela sua posição, enroscada desde a ponta dos pés até à ponta dos cabelos, como uma simples criança que busca por mais um pouco de carinho e conforto; todo aquele longo cabelo molhado pelo rio de água que assim correu dos seus olhos durante aquela quente madrugada… Era de facto um daqueles momentos pelos quais pagaríamos para assistir na primeira fila, nem que fosse simplesmente para o poder partilhar. Mas aquela angústia, aquela dor, aquele sofrimento… Não se poderia comparar a uma simples representação. Não. Aquele molho de sentimentos era bem real, e sim, era ele que fazia adormecer todos os dias aquela rapariga, sempre com a mesma expressão, sempre com a mesma posição, sempre com o mesmo cabelo molhado. Era ali, deitada por entre os seus lençóis de cetim, vestida pelo toque suave do seu vestido de seda preto… Era ali que todos os dias o espectáculo tomava vida. E era assim que, sem excepção, mais uma noite repleta de estrelas abria o palco para o estrondoso complexo que era a sua mente…o sonho de uma vida. Ou poderíamos mesmo dizer, o pesadelo da sua vida? Sim, talvez fosse mesmo esse o melhor termo a aplicar, pois só a palavra ‘pesadelo’ poderia descrever o rumo que a vida daquela rapariga tomou. E era também assim que, todos os dias, sem excepção, ali eu marcava a minha presença. Todos os dias eu comprava o bilhete para, na primeira fila, assistir aquele espectáculo…aquela a que eu chamava a minha mais recentemente adquirida “droga mais doce”. Por vezes chegava mesmo a ser o único espectador, mas a verdade, essa, é que eu nunca me cansava de ver todas as noites as mesmas cadeiras vazias, o mesmo cenário, o mesmo final triste. Houvesse o silêncio que houvesse, a tempestade que houvesse…para mim, valeria sempre a pena pagar para observar mais uma vez aquele espectáculo. Porque, no fundo, aquele espectáculo era o MEU.
Aquele foi o rumo que a minha vida tomou, aquelas foram as noites que se passaram a seguir uma após outra, aquele foi o caderno no qual todas as noites eu me deixei adormecer. Tudo para que eu pudesse assistir todos dos dias àquele que era o meu espectáculo. Tudo para que um dia eu conseguisse transpor as minhas lágrimas, a minha fúria interior, este grito que preciso de soltar cá para fora. Tudo para que um dia eu pudesse pegar nas memórias menos boas, pintá-las no meu caderno, soltá-las no palco e, assim, libertar-me deste pesadelo e construir o meu final feliz.
Todas as noites, uma por uma, assim será este o meu caminho. Assim serão estas as cortinas que eu irei ver a abrir e fechar todas as noites… Aquelas cortinas onde eu poderei revelar o que sinto, onde eu jamais terei de esconder o que sou. O final feliz? Esse? Não sei onde estará… Por enquanto apenas sei que vou continuar a aplaudir este meu espectáculo. Talvez o meu final feliz esteja mesmo no dia em que as cortinas não se deixarem abrir. Talvez o meu final feliz esteja mesmo no dia em que o bater das minhas palmas não passará de um eco dessa dor a ressoar no meu coração.
Agora silêncio. O caderno já se encontra aberto sob a almofada, a caneta segura por entre os dedos delicados, agora adormecidos; as linhas ainda frescas acabadas de tintar por cada sílaba pronunciada pelo seu coração. A noite é longa, e um novo espectáculo está para começar. Preciso de ir comprar o bilhete para a primeira fila. Sim, agora sim… Silêncio. Luzes, câmara… Acção.

As 10 coisas que Odeio em Ti


Odeio o modo como falas comigo...
... e a maneira como cortas o teu cabelo...
Odeio a tua maneira de conduzir...
Odeio quando me ficas a olhar fixamente...
Odeio as tuas grandes botas de combate...
... e a maneira como me lês os pensamentos...
Odeio-te tanto que chego a ficar doente....
... e até me faz rimar...
Odeio...
Odeio o facto de estares sempre certo...
Odeio quando mentes...
Odeio quando me fazes rir...
... e ainda mais quando me fazes chorar...
Odeio quando não estás por perto...
... e quando não me ligas...
Mas principalmente, odeio o facto de não te odiar...
... nem um pouco...
... nem perto disso...


Do filme "10 coisas que odeio em ti"